Assim não dá.

Poemas | Valter Figueira
Publicado em 02 de Maio de 2024 ás 21h 43min

 

Pego o megafone grito o seu nome

Mas não dá

Pego o paraquedas e salto a esmo

Mas não dá.

O mundo está mudado

Tudo está tão parado

Tem que agitar.

 

Pego um avião e vou atrás do seu coração

Mas não dá

Pego um submarino e viro um menino

Mas não dá

Vou ao necrotério, vou ao cemitério

Mas não dá

Brinco de bang bang e sugo o seu sangue

Mas não dá.

 

O mudo está mudado

Tudo está pirado, não pode mudar

Fique do seu lado

Onde você tinha cavado

Uma cova para se enterrar.

 

Canto na catacumba, faço muita macumba

Mas não dá

Não falo mentira, você é minha vampira

Mas não dá.

Pego o megafone e grito o seu nome

Mas não dá

Pego um paraquedas e salto numa queda

Mas não dá

Pego um avião e vou atrás do seu caixão

Mas não dá.

Você me deu uma sova, vivíamos na mesma cova

Mas agora não dá

 

Você não liga mais pra mim

Não seu se vai ser assim

Ou se vai mudar.

Você parou de mandar recado

Através do correio pirado

Do senhor orixá.

O mundo está mudado

Está tudo pirado

Tem que assim deixar.

Não vou pegar o megafone

Nem vou gritar o seu nome

Mas mesmo assim não vai dar.

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