Amoreira
Poemas | 2025 - Antologia Rose Correia e Convidados | Rose CorreiaPublicado em 24 de Agosto de 2025 ás 08h 02min
Sinopse:
Em “Amoreira”, cada folha, flor e fruto se torna testemunha de sentimentos profundos. O pé de amora transforma-se em abrigo, refúgio e confidente, acolhendo o pranto, os pensamentos e os sonhos de quem nele se apoia. Um poema sobre aconchego, silêncio e a beleza de encontrar consolo na natureza.
Amoreira
Meu pé de amora,
minha amora, minha amoreira,
tu conheces o meu pesar,
pois tens sido o lugar
onde derramo meu desalento.
Conheces meu coração
e até os pensamentos.
Tuas folhas são sombra fresca,
tuas flores, respiro e encanto,
teus frutos são esporádicos,
mas servem de alimento.
Teu tronco tem se tornado
meu macio travesseiro;
nele tenho derramado
meu pranto o dia inteiro.
E quando o sol se esconde,
e o vento vem a ti cantar,
ainda estou ali, no teu tronco,
a me apoiar.
Contemplo o céu,
a lua, estrelas a cintilar.
Você, meu pé de amora,
tem sido meu esconderijo,
abrigo seguro e lar.
Posso ouvir o silêncio
que comigo vem conversar;
ele também gosta de ti,
pois sabe que eu e tu
podemos o escutar.
A luz do dia se foi,
meu coração se acalmou.
Você, meu pé de amora,
tens sido mais que amigo,
tens sido consolador.
Ficaria uma vida
em teus braços de amor,
mas também preciso ir,
pois a vida me convida
a continuar sonhador…