Aquarela de Dor
Rabisquei teu nome, com dor,
numa folha de papel vazia.
Minhas lágrimas, em véu e cor,
mancharam tua grafia.
Tentei, com mãos trêmulas, cuidar,
acariciar a dor, reescrever.
Mas o estrago veio recordar
o que não dá pra esquecer.
Entre linhas, rabiscos e pranto,
vou tentando desaprender.
Mas teu nome, num eco tanto,
insiste em me percorrer.
Quando me vi longe de ti,
as lágrimas não cessaram mais.
É uma aquarela que mora em mim,
tingida por tons irreais.
E a folha, que em branco jazia,
hoje é mais que companhia:
acolhe minha melancolia,
em versos de poesia.
Rose Correia