No dia em que as estrelas choraram,   

o céu se vestiu de pranto,   

as nuvens, em compasso, bailaram   

ao som de um lamento antigo,   

ecoando no coração da noite. 

As cidades ficaram em silêncio,   

as luzes diminuíram,   

como se a própria Terra   

sentisse a dor do universo,   

cada lágrima uma história,   

cada estrela uma memória. 

Os ventos sussurravam segredos,   

contos de amores perdidos,   

de esperanças despedaçadas,   

de risos que se apagaram,   

enquanto os astros se curvavam,   

cobrindo os campos com um manto prateado. 

Oh, como eram belas,   

essas lágrimas celestiais,   

dizendo ao mundo que a tristeza,   

ela também tem seu lugar,   

que é nas sombras que a luz germina   

e nas doridas noites que se faz o amanhecer. 

Muitos olhavam pra cima,   

perguntando-se o que se passava,   

mas as estrelas, com seus olhos de brilho mudo,   

sabiam que cada gota caída   

era um pedaço de sonho sendo levado,   

um fardo dissolvendo na imensidão. 

E nesse dia de estrelas chorosas,   

os poetas escreveram versos,   

inscreveram no céu suas dores   

e as flores, em resposta,   

brotaram em cada esquina,   

como se o solo quisesse abraçar   

a tristeza e convertê-la em beleza. 

Os rios correram mais lentos,   

como se respeitassem o luto,   

as folhas sussurraram entre si,   

um cântico de carinho   

para os astros que, tão altos,   

também sentiam a fragilidade do ser. 

E, mesmo no pranto,   

havia uma magia,   

um sopro de esperança,   

como um lembrete suave   

de que o amor permanece,   

ainda nas noites mais escuras. 

Pois depois da tempestade,   

as estrelas ainda reluzem,   

e nas lágrimas derramadas,   

nascem novos sonhos a brilhar,   

como um convite para a vida   

continuar a dançar,   

mesmo quando as estrelas choram.