CASINHA DA SERRA

Poemas | Celso de Castro Custódio
Publicado em 14 de Maio de 2025 ás 10h 58min

Tarde gelada de um dia chuvoso,

mortas lembranças se apagam

como lamparina na mente.

Não há retratos pendurados

nas paredes manchadas pelas tintas,

somente sapatos envelhecidos,

duas pulseiras de prata e um pingente.

 

A cadeira de balanço se movimenta

com o vento.

A cortina da porta acompanha os

seus bailados,

a mesinha de madeira esquecida

e empoeirada geme quando a tocam,

o sol de manhãzinha desponta sobre

uma borboleta morta.

 

Da terra um cheiro forte

de chão molhado pela chuva,

a cama é coberta de colchas

de retalhos, e o abajur desenhados

de peixinhos,

não acende e tudo é mal iluminado,

não há chaminé e nas janelas

os vidros estão quebrados.

 

O Tempo foi esquecido como

os varais de roupas novas,

o trenzinho da ponte de madeira

desfilava em céu aberto;

as noites juninas regados de batatas

doces e goiabadas.

Fogos de artifícios estrelaram os céus

adentro a madrugada.

a casinha da serra uma lembrança

apagada!

Livro: MAR DE POESIAS

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