Cativeiro Invisível

Poemas | Silvia Dos Santos Alves
Publicado em 24 de Setembro de 2025 ás 15h 45min

Cativeiro Invisível

 

Ele dizia que era amor, 

Mas o amor não prende, não cala, não fere. 

O amor não tem voz de comando, 

Nem olhos que vigiam como grades.

 

Ela sorria por obrigação, 

Pisando em ovos, engolindo gritos, 

Vestindo desculpas como escudo, 

Enquanto a alma se desfazia em silêncio.

 

Cada “você é louca” era uma sentença, 

Cada “ninguém vai te querer”, uma cela. 

E o mundo, tão distraído, 

Chamava isso de drama, de fase, de exagero.

 

Mas não era. 

Era prisão sem algemas, 

Era dor sem marcas visíveis, 

Era morte em vida — lenta, diária, cruel.

 

Até que um dia, ela se olhou com coragem. 

Viu que ainda havia luz, 

Mesmo que pequena, mesmo que tremendo. 

E com essa luz, ela incendiou o medo.

 

Hoje, ela escreve. 

Não para lembrar o que sofreu, 

Mas para que outras saibam: 

Amor não é controle. 

Amor não é medo. 

Amor não é dor.

Silvia Santos

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