Coração Dividido

Do lado esquerdo, mora a lembrança, do direito, um desejo que não sabe esperar. Entre os dois, pulsa a dúvida — constante, como ponte que insiste em se quebrar.

Já foi inteiro, o meu coração — antes de palavras partidas e silêncios pesados. Hoje caminha torto, buscando sentido no eco dos “talvez” mal enterrados.

Ama ainda, mas com cautela, com medo de se perder mais uma vez. E nesse meio, onde tudo é incerteza, vira abrigo de sentimentos que ninguém vê.

Não é falta de amor, é excesso de verdade. É querer e temer na mesma intensidade. É viver entre luz e sombra, sem saber onde a paz se esconde.

Livro: Metade Dita, Metade Sentina : Contos. crônicas, cartas, poemas e confissões que talvez fossem suas.

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