Coração ferido, eco de dor,   

Caminho sombrio, onde o amor   

Se despedaça em sonhos, em lágrimas caídas,   

Na dança das horas, nas sombras perdidas.   

Oh, quão frágil é o peito que ama,   

Que se entrega, que se inflama,   

Mas, nos ais, encontra a ferida,   

Um canto de tristeza, a alma esquecida.   

Teus lábios já foram a luz do meu dia,   

Agora, apenas a sombra e a agonia,   

Caminhos que se cruzam, mas se separam,   

Promessas que o tempo, cruel, repararam.   

Coração ferido, pulsar clandestino,   

Nas noites solitárias, um destino divino,   

Límpidas memórias desfilam na mente,   

E a saudade amarga, tudo o que sente.   

Tua voz, um sussurro, leve como o vento,   

Em cada nota, guardo o lamento,   

Resquícios de risos, um cheiro, um olhar,   

Na esperança incerta de um dia voltar.   

Por que a vida acena com pitadas de dor?   

Por que os sorrisos se tornam vapor?   

Na calma da noite, as estrelas me falam,   

De amores perdidos, dos que nunca calam.   

Mas, mesmo ferido, o coração ainda brilha,   

Uma luz tímida, como a mais doce trilha,   

Que guia aqueles que carregam a carga,   

E ao som do perdão, a tristeza se alarga.   

Renova-se a alma, e o amor resplandece,   

Em cada capítulo, a vida aparece,   

E, apesar das feridas que o tempo ensina,   

Coração ferido, ainda se ilumina.   

Oh, coração que ama, ainda há esperança,   

Após cada queda, levanta-se na dança,   

E assim seguiremos, entre risos e prantos,   

Na eterna busca, nos abraços tantos.   

Coração ferido, mas forte em sua essência,   

Entende que o amor é a maior experiência,   

E mesmo em dor, há beleza a se encontrar,   

No ciclo da vida, sempre a pulsar.