Eis aí a menina
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 05 de Dezembro de 2025 ás 10h 13min
Eis aí a menina dos olhos perdidos
entre a cintilação distante,
um mar de vaga-lumes celestiais
presos na vastidão da noite.
É uma menina calada,
um sussurro abafado pela brisa,
um segredo guardado a sete chaves
dentro do peito.
Seus dedos finos,
desenhando constelações invisíveis
no ar rarefeito,
traçando rotas de fuga,
sonhos etéreos.
O silêncio a veste,
uma armadura suave,
protegendo-a do ruído do mundo,
das palavras ásperas,
dos olhares curiosos.
Ela dança com a lua,
uma valsa silenciosa,
onde os passos são pensamentos,
os giros, emoções contidas,
a música, o pulsar do universo.
E no espelho da noite,
ela se vê refletida,
uma estrela solitária,
perdida e encontrada,
calada e eloquente,
uma menina,
apenas uma menina,
com os olhos cheios de estrelas.