Há um vento que ruge dentro de mim, um lamento antigo, um clamor sem fim.
Sinto o nome dela em cada sopro breve, como se o destino, em segredo, a descreve.
Ela me espera eu sei, sem saber. Em seus olhos, há um tempo que quer renascer.
Mas algo me prende, um abismo em meu peito, um passo que não dou, por orgulho ou defeito.
Meu coração sangra em versos que escondo, pois amá-la é mais vasto que o mundo.
É febre que me arrebata e me lança, um amor que machuca… mas dança.
Já a vi em sonhos, de branco e de luz, como quem perdoa, como quem conduz. E mesmo distante, ela toca minha dor com o toque sutil que só tem o amor.
Queria dizer-lhe que nela me perco, que sem ela, sou homem quase seco.
Mas calo por medo, por tempo, por erro e deixo o vento levar meu desespero.
Se ela soubesse o quanto é meu chão… quem sabe, senhor, me daria sua mão?