Querido, amar virou um ato escrito
Minha pele se fez folha sensível
E cada lembrança virou caligrafia
No livro que carrego sem capa
Não preciso mais do teu retorno
Para manter viva essa emoção
Tua imagem virou metáfora pura
E tua ausência, inspiração serena
Hoje escrevo por necessidade
Como quem respira para existir
Tua sombra não me assusta mais
Ela dança comigo ao entardecer
Já não espero resposta nenhuma
A poesia é o que me responde
Tua lembrança virou meu idioma
E nele sou fluente sem doer
Com palavra habitada, Eulália. 12 de junho de 2025