Meu amor, aprendi a me bastar
Sem precisar apagar teu reflexo
Tu segues vivo nos versos que escrevo
E é nisso que encontro meu abrigo
A saudade não mais me consome
Ela caminha ao lado, sem pressa
O que me doía virou matéria
Para construir meu próprio tempo
Foste chama, depois, brasa e bruma
Agora és tinta que me revela
Não há mais lamento nas minhas mãos
Só o desejo de seguir em paz
Te amei, e isso nunca negarei
Mas hoje sou quem ficou comigo
E isso basta para continuar
Como quem floresce após o outono
Com presença de mim, Eulália. 13 de junho de 2025