Eu vi um barquinho
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 14 de Dezembro de 2025 ás 15h 48min
Eu vi um barquinho
pequeno, frágil, madeira escura,
navegante solitário.
Não num mar de ondas azuis,
nem sob o sol dourado.
Mas num mar cósmico,
infinito de breu,
onde o vazio impera.
Perdido no silêncio,
um silêncio que grita ausência,
ausência de luz, de cor, de vida.
As estrelas, diamantes celestes,
esqueceram-se de brilhar ali.
A escuridão reina suprema,
absorvendo tudo,
apagando memórias,
sufocando esperanças.
O barquinho singra,
sem rumo, sem destino,
levado por correntes invisíveis.
Quem o guia?
Que sonhos carrega
em sua pequena embarcação?
Um barquinho,
uma alma perdida,
no oceano da noite eterna.