Eu vou a ti
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 06 de Novembro de 2025 ás 08h 43min
Eu vou a ti.
Um dia eu irei a ti,
Além da vida, onde o tempo não pesa,
Nas sombras do que fui, e no brilho do que serei,
Onde o destino sussurra e a esperança é certeza.
Enquanto a aurora pinta o céu de azul,
E as estrelas se acendem no manto da noite,
Eu caminharei com firmeza, com amor como o sal,
A cada passo, um eco, um afastar do açoite.
Nas sendas do passado, eu buscarei sua luz,
Antes e depois da morte, onde tudo é paz,
Seja no abraço eterno, ou no sonho que seduz,
Te encontrarei, minha âncora, a verdade que é capaz.
Oh, doce presença, no respirar da brisa,
Teus olhos são faróis que guiam minha canção,
E mesmo que as horas arrastem sua brisa,
Eu seguirei firme, em busca da união.
No canto dos pássaros e no murmúrio da fonte,
Sinto seu calor, mesmo à distância, eu sei,
O amor não se perde, é um laço que é ponte,
Um fio que se estende, que nunca se desfez.
Quando os sinos dobram, e o crepúsculo se vai,
Direi ao universo que quero apenas ti,
Na dança dos mundos, no silêncio que atrai,
Um passo a frente, e ao encontro de mim.
E quando a vida se apagar como a luz do dia,
Serei o sonho que ainda espera por ti,
No limiar da eternidade, onde a alma se irradia,
Para onde me ordenar o destino, irei a ti.
Onde as memórias se encontram em doçura,
E as lágrimas da dor se transformam em risos,
Eu saberei que não há fim na ternura,
Que nos une num ciclo, quebrando os recisos.
Assim, um dia eu irei a ti,
Em cada respiração que ainda ecoa a viver,
Nos braços da eternidade, onde tudo é um sim,
Megafone da alma que não cessa de querer.
E, antes e depois da morte, te juro, meu amor,
Que a vida é um poema que guarda teu ser,
Cada verso, cada batida, é um eterno clamor,
Eu irei, e tu estarás, em cada amanhecer.