Flor da ilusão

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 07 de Novembro de 2025 ás 09h 41min

Ó flor da ilusão, em suas pétalas tem veneno,   

brilham como estrelas na noite esquecida,   

cores vivas dançam ao sol,   

mas ocultam um néctar amargo,   

escondido na fragilidade da beleza. 

 

Nos canteiros do sonho,   

você desabrocha com um sorriso,   

mas quem se atreve a se aproximar,   

sabe que o perfume que envolve   

é também um risco, uma armadilha. 

 

Seus lábios de seda,   

promessas em cada curva,   

têm o sabor do desejo,   

mas por trás do encanto,   

ecoam os sussurros da dor. 

 

São flores que crescem em terrenos ardentes,   

onde a esperança se confunde com a ilusão,   

e cada gota de orvalho   

é um lembrete da fragilidade,   

da beleza efêmera que nos prende. 

 

Ó flor da ilusão, quantas vezes   

sussurrei seu nome ao vento,   

entregando meu coração   

aos mistérios que você guarda?   

Teus espinhos são suaves, mas cortam profundo. 

 

Nos jardins secretos da mente,   

onde as sombras se entrelaçam com a luz,   

seus caminhos são tortuosos,   

e quem se perde em suas formas,   

nunca mais volta a ser o mesmo. 

 

A vida nos ensina a admirar o belo,   

mas você, ó flor, é um paradoxo,   

um ponto de interrogação na alma,   

um convite ao amor e ao medo,   

onde a entrega é a moeda, e a dúvida, a chave. 

 

E assim, cada vez que eu a vejo,   

sinto o impulso de tocar suas pétalas,   

mas uma voz sussurra na penumbra,   

dizendo que o toque pode queimar,   

que o amor não é só luz, mas também sombra. 

 

Ó flor da ilusão, em suas pétalas tem veneno,   

mas em seus seios leitosos,   

há também o milagre da vida,   

uma beleza que se renova   

mesmo em meio aos espinhos que nos ferem. 

 

E ao caminhar neste labirinto de cores,   

onde o amor se entrelaça com o medo,   

percebo que talvez, só talvez,   

se o veneno é o preço da descoberta,   

vale a pena dançar entre suas chamas. 

 

Ó flor da ilusão,   

celeiro de esperanças e desencantos,   

em cada adoração há um risco,   

mas em cada risco, uma história   

que forma o tecido da nossa existência.

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