Lótus do rio Jordão
Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 08 de Dezembro de 2025 ás 15h 52min
Eu sentia o perfume dos lótus que se abriam ao luar,
Na beira do rio Jordão, um sonho a me embalar.
As águas sussurravam contos de um tempo que passou,
E a noite me envolvia num manto que o amor bordou.
Eu sentia o perfume dos lótus, tão doce e tão gentil,
Como o toque suave de um anjo, puro e sutil.
A lua, alta no céu, banhava a terra com luz,
E a paz inundava meu ser, qual benção que conduz.
Mas um vulto surgiu, das sombras a espreitar,
Seus olhos carregavam o peso de um penar.
"Quem és tu?", eu perguntei, com a voz embargada,
E ele respondeu, com a alma já desolada.
"Sou um errante, perdido na escuridão,
Buscando um raio de sol, uma compensação.
Vi teus lótus florescendo, sob o luar sereno,
E invejei a paz que em teu semblante vejo."
Eu senti o perfume dos lótus, já não tão doce assim,
A sombra da tristeza pairava sobre mim.
Compartilhei minha paz, minha fé e minha flor,
E o errante sorriu, sentindo renascer o amor.
E juntos, sob o luar, na beira do Jordão,
Vimos a esperança brotar, em cada oração.
O perfume dos lótus, de novo a perfumar,
A alma do errante, que aprendeu a amar.