As ondas escrevem poemas na areia

cada espuma traz um segredo do vento

as gaivotas parecem ler em voz alta

as histórias que o mar inventa sozinho

há conchas que guardam vozes antigas

e estrelas que dormem dentro da água

um barco pequeno flutua de sonho em sonho

carregando versos que brilham no silêncio

maré sabe rimar com o horizonte

sol acende pontinhos de poesia

cada gota tem gosto de descoberta

e o riso do mar balança nas marés

peixes nadam entre palavras azuis

e fazem coro com o canto das ondas

tudo parece música quando o mar respira

e o tempo se esquece de passar tão rápido

há crianças que escrevem com gravetos na areia

outras colhem estrelas perdidas

as ondas apagam, mas deixam lembranças

como se a vida dissesse: começa de novo

a cada volta do mar, um novo poema nasce

feito de sal, de vento e de encantamento

o céu se curva para ouvir as marés

e a poesia se espalha feito espuma leve

quando a tarde cai, o mar fica dourado

e parece que o mundo é feito de versos

que vêm e vão, mas nunca se acabam

porque sempre há uma onda voltando

para lembrar que a poesia mora ali

no balanço do mar e no olhar de quem sonha