Meu Pai, Meu Norte
Pai,
ainda sinto tua presença nos cantos da casa,
como se a tua voz tivesse se feito eternidade.
Homem da roça, de mãos calejadas e coração imenso,
plantavas mais que sementes:
lançavas amor, retidão, coragem.
Teu jeito simples era grandeza,
tua honestidade, um farol
em meio a tantas noites escuras.
Foste abrigo, conselheiro, amigo,
a firmeza que sustentava os alicerces
da nossa vida.
Teus olhos viam longe,
mesmo quando o horizonte era só terra vermelha
e um céu teimosamente azul.
Com um gesto, ensinavas mais
do que mil palavras poderiam.
E com tua presença,
a ausência nunca teve chance.
Hoje, o tempo me fere com a tua falta,
mas não pode apagar tua existência.
Tu vives na memória que pulsa,
no cheiro da terra molhada,
no café da manhã simples,
no jeito certo de fazer o que é justo.
Pai,
tu nunca partirás de mim.
Moras no que sou,
no que herdei sem perceber:
o gosto pelo silêncio,
a teimosia em fazer o bem,
a esperança que insiste, mesmo quando dói.
A saudade é constante,
mas não é desespero
é reverência.
Porque quem viveu com tanta dignidade
não morre nunca:
se transforma em luz,
em raiz,
em eternidade.
Comentários
A vida eterna de um homem está em sua dignidade que "nunca morre, se transforma em luz, em raiz, em eternidade" Parabéns por tão resoluta homenagem!
Lorde Égamo | 12/08/2025 ás 09:31 Responder Comentárioslinda homenagem, parabéns.
Edson Bento | 12/08/2025 ás 14:37 Responder Comentários