Nos galhos secos

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 09 de Novembro de 2025 ás 17h 18min

Nos galhos secos da árvore antiga,   

onde a sombra já não dança,   

um murmúrio sussurra entre as folhas   

que não caíram.   

 

As cicatrizes do tempo marcadas,   

mas ainda pulsando,   

a vida se esconde nas fissuras,   

nas raízes que se estendem,   

afiadas como esperanças,   

profundas como segredos.   

 

Um raio de sol escorrega,   

tímido,   

acariciando a casca desgastada,   

e algo ainda se agita,   

um vestígio de verde,   

um sonho resistindo.   

 

As aves que passam,   

neste caminho silencioso,   

encontram abrigo nas formas retorcidas   

e cantam melodias   

de um passado que ainda vive.   

 

Porque até o seco possui sua história,   

um eco das chuvas,   

um sopro do vento,   

e o sopro da vida se recusa a calar,   

na dança dos galhos,   

na espera do amanhecer.   

 

Os galhos secos ainda têm vida,   

uma prova de que até na desolação,   

a esperança brota,   

sutil, mas firme,   

na eternidade de um instante.

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