O grande arcanjo

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 08 de Dezembro de 2025 ás 16h 05min

O arcanjo está com os olhos cheios de fúrias, 

não o brilho dourado da graça, 

mas um carvão incandescente, 

arder lento e inexorável. 

 

As asas, antes plumas de luz, 

agora correntes escuras, 

embaraçadas, pesadas, 

um sudário de tormenta. 

 

O hálito, que trazia a paz, 

sopra agora como vento gélido, 

desfazendo a esperança, 

semeando o medo no vazio. 

 

A espada, que protegia os justos, 

pende inerte, sombria, 

aguardando um comando 

que hesita em vir. 

 

O silêncio do céu grita 

com a dor reprimida, 

a luta interna, a batalha 

contra a própria natureza. 

 

Quem acenderá a chama da redenção 

em seus olhos tempestuosos? 

Quem ousará tocar 

a fúria sagrada? 

 

A espera é um fio tênue, 

suspenso sobre o abismo, 

e o arcanjo, de olhar furioso, 

permanece em seu limiar.

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