O jardim

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 25 de Dezembro de 2025 ás 12h 30min

O jardim está em declínio, 

as cores se esvaem, 

um fantasma de verde, 

onde antes a vida dançava. 

 

As pétalas murcham, 

curvando-se ao peso 

de um tempo implacável, 

uma promessa esquecida. 

 

As roseiras, outrora exuberantes, 

agora exibem espinhos nus, 

uma defesa frágil contra 

o vazio que se instala. 

 

A fonte, em silêncio, 

não canta mais melodias, 

apenas goteja lentamente, 

lágrimas de pedra. 

 

O musgo avança, 

reivindicando o que foi belo, 

um sudário macio e verde, 

envolvendo a memória. 

 

As abelhas se foram, 

os beija-flores não vêm, 

o zumbido alegre silencia, 

substituído pelo vento. 

 

O sol, antes um benfeitor, 

agora castiga a terra, 

rachando a argila seca, 

desenhando linhas de derrota. 

 

O jardim em declínio, 

um espelho da impermanência, 

um lembrete silencioso, 

da fragilidade da beleza.

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