O outono cai
Outono | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 17 de Dezembro de 2025 ás 11h 26min
O outono cai como névoas
sobre o chão da minha alma,
tudo é triste.
Folhas amareladas,
dançando em espiral descendente,
ecos de risos perdidos
em tardes que se esvaem.
O sol, um fantasma pálido,
mal aquece os ossos da memória,
e o vento, um lamento constante,
sussurra segredos de solidão.
Rostos que amo,
emoldurados pela saudade,
desaparecem na neblina densa,
deixando apenas rastros tênues
de um calor que já não sinto.
As cores vibrantes do verão
se foram,
e o cinza domina o horizonte,
um véu pesado
sobre a esperança adormecida.
O coração,
um pássaro ferido,
busca em vão um abrigo seguro,
mas só encontra a vastidão fria
de um inverno que se aproxima.
E eu,
perdido nesta paisagem desolada,
espero, em silêncio,
que a primavera renasça,
trazendo de volta a luz
e o sorriso.