O Paradoxo da Memória

Poemas | 2025 - Enoque Gabriel de Moraes e Convidados - Centelhas de Luz e Esperança | Silvia Dos Santos Alves
Publicado em 26 de Setembro de 2025 ás 23h 57min

O Paradoxo da Memória

Quero esquecer,
mas a lembrança insiste.
Quero lembrar,
mas o tempo apaga.

A memória é rebelde:
vem quando não é chamada,
foge quando mais se precisa.
É arquivo sem ordem,
é espelho que distorce.

Recordo o que doeu,
e esqueço o que salvou.
Guardo rostos sem nome,
e perco nomes que eram tudo.

A memória é traição e abrigo.
É o fantasma que consola,
e o abraço que machuca.

Quanto mais fujo dela,
mais ela me segue.
Quanto mais a procuro,
mais ela se esconde.

Talvez lembrar seja uma forma de perder.
E esquecer, uma forma de resistir.
Porque a memória não é passado,
é presente disfarçado.

Silvia Santos

Comentários

Como é difícil esquecer, em especial das coisas ruins, aquelas que nos fazem tanto mal, já, das coisas boas, dos bons momentos, dos lampejos de felicidade, ah! Isso não tem lugar em nossa memória!

Lorde Égamo | 27/09/2025 ás 14:08 Responder Comentários

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