Malhar o corpo é simples,
basta repetir o gesto.
Malhar a mente é outro tipo de movimento,
porque o pensamento não ergue ferro,
ele ergue vertigens.
Há pesos que se levantam com as mãos,
e outros, com o vazio.
Perguntar é deslocar o chão.
Pensar é cair
e, ainda assim, permanecer de pé.
A mente que dorme cria músculos cegos.
A que desperta,
sangra luz.
Pensar é a dor que não deixa marcas,
um treino invisível
onde o suor é silêncio.
Não há espelhos na academia interior.
Há ecos.
Há perguntas que não voltam.
Quem se dedica ao invisível
não busca forma,
busca clareza.
E ver,
realmente ver,
é suportar o peso
do que já não se pode ignorar.
Carlos Onkowe, in: @arqueologiadoexistir
#ArqueologiaDoExistir #Consciência