Palavras esculpidas

Poemas | 2025 - JUNHO - Chamas do coração: poemas e histórias de amor | Dimar Monteiro Sanca
Publicado em 13 de Abril de 2025 ás 22h 17min

Palavras esculpidas

 

No ventre dessas palavras

Vivem as metáforas

De uma certa velhice

Galgada no suspiro do querer e viver

Que atrai o mesmo olhar

E vive além do instante

Pois, apesar de ditas

Palavras nem sempre são efêmeras

 

É destes passos que se faz a trilha

De razão e sentimentos

De paixões e químicas

Que florescem no chão daquele olhar

De cada passo e parte

Que almeja me abrigar aos galhos

Talvez não como eu queira

Mas pelo cuidado do seu nobre abraço

 

Nada traduz essas palavras

Na ausência da alma 

Ou na presença do óbvio

Mas no que vale essa história

Que cogita viver depois do agora

Talvez depois de nós

Aliás, estou disposto a aceitar

O enigma desse silêncio

 

Traduz a alma das palavras

Ditas por ausência de versos e rimas

Nem todas as flores nascem no jardim

Há lírios do campo

Ainda que não sejam Elíseos

Vagueiam memórias da rosa

Murmúrio dessa tímida distância

Transformar-se é poético

 

Palavras já não fogem

A muralha dessa intensidade

Ainda acredito na perfeição do instante

Nessa selva de mistérios e intimidade

A construir-me no excesso dessa razão

Morrer em ti é a minha ressurreição

Por mais que algo me esconda

O teu destino há-de me encontrar

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