Poema Sombrio
A tarde ainda não findou seu véu,
Mas dentro de mim, a noite já se fez.
É a escuridão do dia, num cruel
Sorver de açoite, sem ter talvez
Um vislumbre angelical de paz.
O silêncio da lua tão fria,
Meu sofrer, um mar, não minguante.
Eu esperei, em vã agonia,
O dia inteiro, um anseio constante.
Onde foi que eu errei, meu desatino?
Será meu amor, fantasma sorrateiro?
Porque a noite, com seu véu de hino
De dor, fere assim meu peito inteiro?
Edbento