PRAZER EU ENCONTRO NUM BOM CHIMARRÃO

Cordel | Antologia Clube da poesia e declamação gaúcha | Josivaldo Constantino dos Santos
Publicado em 30 de Outubro de 2025 ás 16h 32min

PRAZER EU ENCONTRO NUM BOM CHIMARRÃO

Eu não sou gaúcho, sou bem nordestino

Mas, bela cultura sei apreciar

O sul do país aprendi amar

Pois fui educado desde pequenino

Me lembro o tempo em que era menino

Ouvi Teixeirinha com admiração

Toquei suas músicas com meu violão

Depois fui crescendo, homem me tornei

A essa cultura, eu me integrei

E prazer eu encontro num bom chimarrão.

 

Em mil novecentos e oitenta e um

A primeira vez que “chima” eu tomei

Por esse amargor eu me encantei

Não fico sem erva em momento algum

Não ligo pra crítica, nem pra zum zum zum

Daqueles que falam abrindo o bocão

Que essa cultura não é minha, não

Mas digo pra eles sem titubear

Que esse costume eu não vou deixar

Pois prazer eu encontro num bom chimarrão.

 

Ganhei uma cuia, quando adolescente

Dezessete anos, na época eu tinha

Minha cuia era muito bonitinha

A bomba e a erva, completam o presente

Confesso, fiquei bastante contente

Se encheu de alegria o meu coração

Fiquei radiante de satisfação

Minha erva mate, passei a sorver

Pra quem perguntava, passei a dizer

Prazer eu encontro num bom chimarrão.

 

Hoje com sessenta e um anos de idade

Levanto contente ao amanhecer

Preparo meu mate com muito prazer

E sorvo tranquilo, com suavidade

Na bomba e na cuia tem uma verdade

Que o mate é bom pro jovem e ancião

O sabor da erva é como canção 

Que soa harmônica ao ser degustada

Eu digo pra todos com a voz embargada

Prazer eu encontro num bom chimarrão.

 

Quando estou feliz eu vou matear

Mas quando estou triste, mateio também

Mateio sozinho ou com mais alguém

Prefiro um amigo pra me acompanhar

O charme do mate é a gente passar

A cuia quentinha, já de mão em mão

A prosa rolando com muita emoção

O bem permanece, o mal vai embora

Na roda de chima, amizade vigora

E prazer eu encontro num bom chimarrão.

 

Depois do trabalho pra casa eu volto

Pensando no mate que vou preparar

Uma boa pipoca eu vou estourar

Na minha cadeira, mateando me solto

Se estou sozinho eu pouco me importo

Não penso em tristeza ou em decepção

Com o mate eu espanto qualquer solidão

Esqueço o cansaço aqui da UNEMAT

Curtindo a delícia que é o meu mate

Prazer eu encontro num bom chimarrão.

 

 

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