Quando eu dormia

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 08 de Novembro de 2025 ás 16h 10min

Foi assim quando em dormia   

na sombra fria da terra,   

as folhas outonais,   

como sussurros de despedida,   

exalando o calor de um verão que já partiu.   

 

Verdes se tornaram douradas,   

um tapete de cores quentes   

que cobre o solo,   

seu perfume é de nostalgia,   

um eco da vida que passou.   

 

O vento dança entre os ramos,   

despertando segredos adormecidos,   

cantando aos ouvidos dos que escutam,   

o chamado sutil da estação.   

 

Ali, sob a tapete suave,   

a terra respira,   

guardar histórias em seu seio,   

crenças de raízes,   

promessas de brotos a surgir.   

 

Mas a sombra é mais que arrefecer,   

é um abraço que acolhe,   

é o tempo que flui,   

e ao mesmo tempo se detém,   

num ciclo eterno, sem fim.   

 

As folhas caem,   

mas não como um fim,   

mas como um gesto carinhoso,   

um retorno à terra,   

um dom inato de renovação.   

 

E assim, quando em dormia,   

a vida se aquieta,   

mas nunca se apaga,   

esperando na sombra fria,   

um novo despertar entre as folhas,   

outono que se despede e renasce.

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