Rastro de Poema
Poemas | Metade Dita, Metade Sentina : Contos. crônicas, cartas, poemas e confissões que talvez fossem suas. | Silvia Dos Santos AlvesPublicado em 10 de Julho de 2025 ás 21h 21min
Rastro de Poema
Parto sem mapa, mas com versos na mochila, cada linha escrita é também uma despedida. Os ventos me empurram, o tempo me dobra, sou poema que não cabe numa obra.
Não sigo trilha — eu invento caminho. Com a dúvida nos olhos e coragem no bolso, passo por cidades que nunca me esperaram, e deixo rastros nos corações que me leram.
Há poeira em meus sonhos, há sol nas cicatrizes. O silêncio às vezes pesa, mas não me paralisa. Sou feito de palavra que busca sentido, mesmo quando o sentido vive escondido.
Poemas se movem, mas também repousam em momentos de pausa, em encontros perdidos. E quando a jornada parece terminar, descubro um verso novo só por respirar.
Não sou destino, sou travessia. Sou o que muda e o que permanece. Poema que segue, rastro que cresce, e coração que nunca se esquece.
Livro: Metade Dita, Metade Sentina : Contos. crônicas, cartas, poemas e confissões que talvez fossem suas.