Rastro de Poema

Parto sem mapa, mas com versos na mochila, cada linha escrita é também uma despedida. Os ventos me empurram, o tempo me dobra, sou poema que não cabe numa obra.

Não sigo trilha — eu invento caminho. Com a dúvida nos olhos e coragem no bolso, passo por cidades que nunca me esperaram, e deixo rastros nos corações que me leram.

Há poeira em meus sonhos, há sol nas cicatrizes. O silêncio às vezes pesa, mas não me paralisa. Sou feito de palavra que busca sentido, mesmo quando o sentido vive escondido.

Poemas se movem, mas também repousam em momentos de pausa, em encontros perdidos. E quando a jornada parece terminar, descubro um verso novo só por respirar.

Não sou destino, sou travessia. Sou o que muda e o que permanece. Poema que segue, rastro que cresce, e coração que nunca se esquece.

Livro: Metade Dita, Metade Sentina : Contos. crônicas, cartas, poemas e confissões que talvez fossem suas.

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