Rosto perdido
Pensamentos | Rosilene Rodrigues Neves de MenesesPublicado em 18 de Dezembro de 2025 ás 12h 53min
Eu vi um rosto perdido na vastidão das areias,
desenhado pelo sol inclemente,
esculpido pelo vento incessante.
Olhos fundos,
cratéres de uma saudade antiga,
buscando um oásis que nunca se materializa.
Lábios rachados,
murmurando promessas esquecidas,
contando histórias de caravanas desfeitas.
Um véu de poeira,
cobrindo a pele curtida,
testemunha de mil luas e nenhuma bonança.
Mãos estendidas,
implorando por água, por clemência,
por um sopro de vida em meio à aridez.
Na miragem do horizonte,
a esperança dança,
um fantasma frágil, prestes a sumir.
E o rosto,
perdido, solitário, resignado,
continua a esperar, na imensidão amarela,
um milagre improvável.