Saudade do Campo
Poemas | Antologia Clube da poesia e declamação gaúcha | Rose CorreiaPublicado em 16 de Junho de 2025 ás 13h 55min
Saudade do Campo
Na noite gelada, me achego faceiro,
Me abanco tranquilo ao pé do braseiro,
No chiar da chaleira e o pinhão a estalar,
Vou mateando a saudade, deixando o frio passar.
Lá fora o latido campeiro ressoa,
Com o vento que sopra e comigo se entoa,
O céu, como um manto bordado de luz,
Me leva ao passado, onde o tempo conduz.
Lembranças antigas se achegam de mansinho,
Trazendo o legado do meu velho cantinho.
Sou gaúcho de fé, com orgulho no olhar,
Na alma a verdade, no peito o lugar.
Não esqueço a raiz, nem a voz do galpão,
Que ensinou com firmeza a ter tradição.
Carrego comigo essa história sincera,
De quem nunca esquece a vida campeira.
Nos galhos que dançam ao sopro do vento,
Escuto a milonga de um velho momento.
É a alma do pago que canta comigo,
Num verso guardado, num tempo antigo.
Poesia Gauchesca. Rose Correia