Se o rio Nilo contasse

Poemas | Rosilene Rodrigues Neves de Meneses
Publicado em 07 de Dezembro de 2025 ás 09h 25min

Aí se o rio Nilo contasse os segredos ocultos 

que estão escondidos em ti, 

as areias douradas sussurrariam histórias 

de faraós e deuses esquecidos. 

 

Seus murmúrios seriam canções antigas, 

ecos de impérios ascendendo e caindo, 

de pirâmides erguidas sob céus escaldantes, 

de vidas tecidas em torno de suas margens férteis. 

 

Ah, Nilo, guardião silencioso, 

quantos lamentos afogados em suas profundezas, 

quantas promessas juradas sob a luz da lua crescente, 

quantos sonhos navegando em suas águas calmas? 

 

Os hieróglifos em suas rochas seriam revelados, 

desvendando mistérios há muito tempo perdidos, 

contando sobre amores proibidos e guerras sangrentas, 

sobre a busca incessante pela vida eterna. 

 

Seus peixes seriam testemunhas vivas, 

portadores de segredos em suas escamas cintilantes, 

narrando a saga de Cleópatra e seus amantes, 

de Ramsés, o Grande, e suas conquistas imortais. 

 

E as brisas que acariciam sua superfície, 

levarão consigo os segredos sussurrados, 

para terras distantes, aos ouvidos atentos, 

revelando a grandiosidade oculta em seu leito. 

 

Mas o Nilo permanece em silêncio, 

um enigma profundo, um livro sem fim, 

guardando seus segredos com ciúme ancestral, 

deixando-nos apenas vislumbres de sua alma.

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