Simplicidade de Ser
Estrada de chão, pés descalços,
simplicidade no coração.
O cheiro da terra molhada
era lar, abrigo e direção.
O vento soprava segredos antigos,
e ela ouvia com atenção.
Sem medo de ser quem era,
apreciava a leveza de ser —
solta, feito bicho do mato,
sem algemas, sem padrão.
Carregava no peito
a coragem mansa
de quem vive em conexão.
Subia e descia os pés de amora, serelepe,
manchava os dedos, os lábios, o tempo,
vivia seu mundo lá fora,
sem se preocupar com as coisas futuras.
Parece que sabia
que tudo era loucura.
Menina serena,
sabia que o instante valia a pena.
Corria, sem se importar
com as adversidades
que iria encontrar.
O tempo passou,
a menina cresceu,
mas nunca deixou de se encontrar
na simplicidade
de ser e estar.
Rose Correia