Sombras e Pirilampos
Luas de cristais despedaçam meus encantos,
O espelho reflete minha sombra obscura.
Minha imagem corre na velocidade dos ventos,
Sigo errante no labirinto de uma aventura ilusória.
Na penumbra da noite, entrego-me a lamúrias;
Dentro do meu peito, não há mais espaço para
lamentos.
Correm em minhas veias milhões de pirilampos,
Suas luzes acesas ofuscam meus caminhos.
O pisca-pisca rítmico dos seus olhos vermelhos
Contrastam com o branco gélido dos meus cabelos;
É a tintura da vida no contratempo dos tempos,
Apagando a chama de um coração
Sem desvelos.
Foram tantos sonhos interrompidos e pesadelos,
Incertezas imersas nas negras profundezas
Dos espectros que dançam pelos céus em segredos,
Numa cortina de fumaça esvaída de medos,
Riscando o horizonte com tristezas grotescas
E deixando na alma as dores e os desesperos.
Assim que os pirilampos apagaram suas lanternas,
As sombras medrosas fugiram para as cavernas,
Temendo que a escuridão enverede suas forças
E reprima o lado oposto do ego que carregas.
Que assim voltem a um mundo de visões troças
E deixem-me viver sem a sombra de um chapéu
na cabeça!
Edbento
Comentários
Um poema para reflexões múltiplas! Mui belo!
Lorde Égamo | 25/11/2024 ás 15:57 Responder Comentários