Tempo à beira
Poemas | 2025 - JULHO - Noites de inverno: poemas contos e crônicas à beira do fogo | Dimar Monteiro SancaPublicado em 29 de Abril de 2025 ás 14h 08min
Tempo à beira
Beiram eternas nossas razões
São efêmeras nossas emoções
Entre o canto e o encanto
De um brotar dançante
Ao toque da lira
Em uma noite de inverno
Detalhes do horizonte de uma rosa
No meio de uma cabana entre as árvores
Longo cheiro do impetuoso afeto
A substância do tempo e da vida
Trazendo no nome inverno e fogo
Ar gélido esteia beijos e abraços
Fogo que compele corações
Bruma da lucidez
Trazendo chamas ao colo
Fadário de tempo destilante
Que rasga o calor do medo
Enobrece a paz do crepúsculo
Estação de próprios sentimentos
E razões moribundas de máscaras do agora
Presença de maneiras que não se traçam
Na régua da imaginação
Mas que entrelaça nostalgias
Entre lareiras e momentos
E a mística da noite que não cabe em horas!
Horas que já não se dissera
E, mesmo que não soubesse
Prendem-se ao cinzeiro
Cinzeiro, que se já se dissera
E, mesmo que soubesse
Constela taças e brindes
Que se desfazem em risos e saudades
Quando o tempo vire poesia acústica
Noites de inverno desafiam a tudo e a todos
Nem sempre dê tempo ao tempo
Pois, o tempo é tudo o que resta!
Mesmo que já se dissera
Viva e faça valer a pena!